quinta-feira, 10 de julho de 2008
contribuição da Susana (a do Porto)
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Sidónio Paes : "Uma história, um destino"
Faro, 18 de Junho 2008
Há uns anos atrás fui convidado para ir à Berlenga sub custódia do tio Té e tia Carmo passar uns dias, uma vez que estava de férias de Verão. Já lá tinha ido e conhecia os cantos à casa, mas desta vez foi muito mais importante! Sem programas pré-definidos, o nosso Almirante mandava-me ir buscar o almoço/jantar ao mar com um pequeno coco (a "marina", creio), anzol e uma ou duas sardinhas como isco. Manhãs e tardes à espera que o peixe mordesse, mas o saldo final era sempre positivo, acabando por passar maior parte desses dias a pescar e a divertir-me com os vizinhos e filhos de pescadores que na ilha passavam temporadas. Sempre em ordem, a casa dos tios na Berlenga, a casa da tia Miusca na Serra e o "Vadio", são para mim locais de descontração e aprendizagem, onde a calma, serenidade e amor pelo mar me foi transmitido por osmose.
Agora sou quase Biólogo Marinho e devo dar graças a referências como o tio Té e meu avô Si que sempre foram para mim como tutores do amor pelo mar e pelo conhecimento, respectivamente. Sendo primos afastados, devem estar neste momento a trocar ideias sobre os mesmos bichos que os raptaram deste mundo onde deixaram marca, para um outro lugar novo. Fico contente por ter tido a oportunidade de ter conhecido génios, que nunca morrem, já dizia Fernando Lopes Graça, mas muita coisa ficou para trás.
Para sempre ficará na memória este ilustre Almirante
Abraço, Sidónio Paes (júnior) |
segunda-feira, 9 de junho de 2008
Berlenga 1952: Carta de Tio Té a Meu Pai João José Malato
felicidade e satisfação fazem um estado de espírito, uma forma activa de
estar. Talvez uma dimensão onde cabe a peripécia a dedicação e o desafio
vencido. Provavelmente onde agora navegam os amigos.
Tiago Malato
" Berlenga 22.7.52
Caro João José
Conseguimos chegar ao fim, depois de uma viagem demorada e com peripécias
várias.
Saímos de cascais no sábado à tarde, às 17.00 ou por volta disso, e
chegámos a Peniche às 07 03 de Segunda.
Perdemos duas noites no mar, ou aliás, eu só perdi uma, porque me deitei
cedo na noite de sábado (como é possível que já te tenha dito, eu enjoo
no primeiro dia de mar) e a malta não me acordou para fazer quartos; de
resto na 1ª noite parece-me que não houve quartos; Cada qual fez leme
até se chatear.
Na 2ª noite levantei-me às 02 00 e não me deitei mais, porque estava
nevoeiro e nós não sabíamos onde nos encotrávamos; estávamos a fazer um
bordo para terra e o homem do leme com a luz da bitácula ficava
encadeado e não conseguia ver bem. Estávamos à espera da luz dos faróis
da Berlenga e do Carvoeiro, mas nunca vimos nada, pela razão simples de
que o nevoeiro era tanto junto de terra que nós estando a ver o cabo,
não víamos a luz do farol!
Chegámos à Berlenga às 15 00 tendo largado de Peniche às 10 00; sempre é
um pouco mais que a motor, por causa do vento ser ponteiro; daqui para
Lisboa, por exemplo a menos que o vento vire para SW, não devemos demorar
mais que 8 horas (a cascais).
O barco está fundeado na Flandres e o João Maria enquanto não tiver
convidados, come connosco. O Manuel Baptista gostou tanto disto que ainda
cá está, e o M.* e o Francisco foram-se embora a contra gosto; da Miuska
já nem falo. O iate é trabalhoso, e é preciso malta para trabalhar nele;
tens que te atirar às lides marítimas, pois caso contrário comprámos um
iate e temos que o ter amarrado. Não digo só tu; o Roger também tem que
ir, e o teu irmão parece-me que também se interessa por estas coisas.
A Miuska e a Gea vão tirar a carta de patrão de costa este ano; tu
disseste que ias e parece que o Naneo também vai; o Roger não perde nada
por ir, mas se não for não se perde grande coisa; no entanto era e é uma
escola razoável. Digo razoável e não digo boa porque segundo o dizer do
Braula ensinaram-lhe mais a parte de navegar do que a parte vélica; mas o
resto cá se arranjava.
Tenho uma proposta a fazer-te. No iate há 5 lugares; aqui na casa do cais
arranjam-se mais dois- total 7-. Porque não falas aí com o François e
vens cá no fim de semana? Neste fim de semana? Boa ideia? Falas com a
Miuska, pois pode ser que o Roger também venha e nesse caso com o carro
dele e a carrinha podem vir todos.
Dormida arranja-se, comida, (não posso convidar tanta gente). Trazem, e é
uma festa aqui. O Roger se calhar só poderá vir no Sábado à tarde, mas
vocês se pudessem vinham mais cedo. Arranja lá isso, que é uma coisa
formidável.
Recebe um abraço do amigo certo
Té "
*Difícil de ler. Não digo indecifrável . Marques?, Magessi? Tia…
aceitam-se sugestões…
quinta-feira, 5 de junho de 2008
Luisa Lopes: "Família"
Patricia: "Vadio"
Uma das últimas vezes que falei com o Tio Té olhávamos o Sol batendo no Cristo Rei, forte como poucas vezes se tem visto nesta Primavera zangada, e quase em simultâneo nos veio à ideia a capa azul e o convés de madeira castigado e desprotegido.
Logo ali prometi ao meu Mais Querido Marinheiro, já cansado de tanto lutar contra o bicho mau, que assim que pudesse lá iria tratar do seu Vadio. Seria a minha homenagem aos dois.
Agora aqui fica a promessa escrita, selada e assinada.
A Ema ajudar-me-á a cumprir a promessa pois, também ela, carrega na Alma o mesmo amor pelos dois e no bolso uma lista ditada pelo eterno Comandante deste navio.
quarta-feira, 4 de junho de 2008
Marina N.Brito: "Histórias sobre o nosso almirante!"
que se segue e que guardei junto dos meus «papelinhos»:
«Ele»é aquela Pessoa que todos gostaríamos de ser.
Não lhe conheço defeitos
E se é minha intenção
Falar com o coração
Então
Só me compete dizer o que conheço do Té.
Pois é.
É amigo de verdade
E se todos prezamos o valor da Amizade
Queremos tê-lo sempre bem perto.
Palavra calma,sorriso aberto
É assim o Te´.
Dizer mal?Nunca ouvi.
Falar mal?Muito menos.
Mas não sei se por boa educação
Não rejeita uma piada de «pesada»intenção.
Ri,sorri,amarelo ou não.
É assim o Té.
Conhecemos-lhe mais que uma paixão
A Carmo,os Filhos,em primeiro lugar.
Depois...ah,depois
O Mar,essa imensidão!
Ah Berlengas,gaivotas,ondas a quebrar
E os Amigos desafiando o nevoeiro e a tempestade
Vão aí vê-lo em nome da Amizade.
Por causa do Té.
«Last but not least»
Resta o barco,a nau, o veleiro,o contratorpedeiro
O Té não desiste.(Todos sabemos do que estamos a falar)
E se a nós nos for permitido testemunhar
Veremos o Té de Almirante vestido
À`sua volta todos em sentido
E com voz afinada ouviremos cantar.
«Os Marinheiros ,aventureiros....»
Marina N.Brito
sábado, 31 de maio de 2008
Mariana: "Conto a Tio Té e tia Carmo"
Té dizia que só se casaria com uma mulher que reunisse 3 características: tinha de ser bonita, católica e que não fumasse. Um dia, Té organizou um passeio no Tejo no seu barco, o Vadio, e convidou alguns amigos, entre eles Álvaro Vaz de Almada que, além de ser um grande amigo de Té também era amigo dos irmãos de Carmo e convidou-a para o acompanhar ao passeio. Carmo aceitou e assim conheceu Té.
Assim que a conheceu, Té percebeu que Carmo era a mulher da sua vida, pois reunia as tais caracteristicas tao apreciadas por Té e muitas mais, era muito bonita, generosa, católica, culta e inteligente, estudava no conservatório (canta e toca piano magnificamente) não fumava...enfim, era perfeita, só havia um problema, Carmo estava noiva...
Mas, Té não estava disposto a desistir, e com o seu grande sentido de humor, charme e bonitos olhos verdes conquistou Carmo.
Muitos não perceberam como Carmo fora capaz de acabar com o noivado pois o noivo parecia ser o marido ideal, bonito, de boas famílias e apaixonado por ela. Mas quem conhecia Té sabia que ele sim, era o marido ideal para Carmo. Té era culto, inteligente, bonito, charmoso, aventureiro e tinha um grande sentido de humor, como poderia Carmo resistir a um homem assim?
Eram perfeitos um para o outro. Casaram-se dia 14 de Agosto de 1961, no palacete da família de Carmo, no Lumiar, foi uma festa feliz e divertida.
Depois de casar com Carmo, todos comentavam ''Já alguma vez viram o Té triste ou zangado desde que conheceu a Carmo?'' Não, claro que não, porque haveria Té de estar triste ou zangado quando tinha a mulher que amava ao lado? Aliás, Té nunca se cansou de dizer a Carmo que ela era a mulher da sua vida e como ela o fazia feliz.
Deste grande amor, nasceram 3 filhos, Pedro, Sofia e Tiago.
Entretanto, Té revelou-se um homem de sucesso, chegou a representante de Portugal na NATO e pouco depois a chefe do Estado Maior da Armada, homem de grandes convicções passou a ser chamado por família e amigos, Almirante.
Enquanto isso, Carmo era uma Mãe exemplar, sempre apoiando e amparando o marido e o resto da família, sem nunca fraquejar, até ao dia em que, é diagnosticada uma grave doença a Té.
A família desmoronou-se. Todos, incluindo Té, tinham noção da gravidade da doença. A família, embora preocupada, estava mais unida que nunca.
Já no hospital, Té contou a seguinte história: ''Uma pessoa perguntou a S.Tomás, se soubesse que iria morrer, o que faria? Ao que S.Tomás respondeu, nada.''
Té disse que responderia da mesma maneira, apenas havia uma coisa que o preocupava: Carmo.
Pediu então que não se preocupassem com ele mas sim com ela. Um pedido como este só podia vir de uma pessoa sábia e apaixonda, como Té.
Estivesse ele doente, triste ou preocupado, Té põe sempre Carmo em primeiro pois é nela que pensa quando acorda e quando adormece, a vida de Té é com Carmo, a vida de Té é Carmo.
Pode não parecer o princípio de um conto, mas é, este conto não tem fim, é infinito, assim como o amor de Carmo e Té.
(Este conto, era um trabalho para português, tinha de iniciar um conto de amor, e quando pensava em amor, pensava na tia Carmo e no Tio Té)
terça-feira, 27 de maio de 2008
História do Almirante pelo próprio
Cartas trocadas entre o Salvador filho do Baxi e o Pai Almirante:
Do Salvador para o Tio Té :
Saturday, 23rd February, 2008.
Dear Tio Té,
Hello! How is Portugal? Our family has finally moved back to Singapore. Mateus and I have been doing great. We are now in Singapore American School. My brother is in Grade 1 e I´m in Grade 5.
I am writing to you for a Social Studies assignment that my Social Studies teacher, Mrs. Riemer, gave to us. I have been told to gather information on your history, immigration stories and some interesting facts about you. Would you mind answering the questions below?
Firstly, I´d like some information about your history. I´ve always wondered what it was like living in Macau during World War II. Did the Japonese occupy the island? Did you see the gunshots and hear the airplanes? What was life like during this time? Next, I´d like to know where you lived or migrated to? Could you give me as much information as possible?
Secondly, I´d like some information about your immigration stories. Could you tell me where you moved to. How did you feel during these moves?
Lastly, I´d like some interesting facts about you. Could you give me as much as possible when you reply?
Also, I´d like to tell you about my school. It is the largest in Singapore. There are 22 kids in my class and it is really fun. My real teacher´name is Mr. Carroll. He is very nice.
Thank you for all your participation.
Yours sincerely,
Salvador Norton de Matos
Do Tio Té para o Salvador :
27 Mar 2008
Dear Salvador,
I was born in Faial, Açores, in 1931 and there the family remained for a couple of years.
These islands are volcanic, so the earliest memory that I have is to fall from a chair during an earthquake!!! As well, once I broke my head but at the same time whales appeared and everybody became terribly excited. In those days, it was a way of life to catch them and it happened that the doctor of the place where we were living owned a fishing whales boat, so he was not available. So, it was the pharmacist who acted as a doctor…and treated me. Well, I must say…
From Faial we went to Figueira da Foz where my mother was from, while my father , as a naval officer, embarked in as overseas voyage. When he returned, he was given the command of a warship based in the harbour of Oporto, in the north of Portugal and afterwards he was sent to Peniche as Harbour Master. He remained there for about 3 years and began going on holidays to the island of Berlenga, same 7 miles west of Peniche. We still go there for a month or more a year, on our days.
It was from Peniche that we went to Macau, by steamship. At least once, we crossed a mined camp, fortunately without bad results!
We remained in Macau until the end of The II World War.
After the fall of Hong Kong, (and from Macau we saw and heard the bombardments), the city remained surrounded by Japanese and Chinese generals, “warlords”.
For several times Macau had been very near to be conquered or by the Japanese or by the Chinese. We were always prepared with a small bag to carry with us with a bare minimum in our escape to the house of a Chinese, friend of my father. In my belongings I always included a nail scissors…when permission was received, from this gentleman, to get out (because by then everything would be calm again) we had severe orders not to forget to bow to the Japonese sentries. These soldiers represented the Emperor, who was God to them. If one person did not bow to them, was not bowing to the Emperor and obviously was not bowing to God. The punishment was severe and final. Our heads would be cut off on the spot. Very efficient, the Japanese…
With the invasion of China by the Japanese Macau population augmented terribly. The available food was not enough, and about 150 people died every day, either by famine or disease. They would remain on the streets, where they had died, up to the moment when it was possible to go for them. It was a sad spectacle and we had to overrun the emotions caused, since we had to continue our way, not by car (since gas was not available) but on foot or by bicycle. Exceptionally a rickshaw was used.
As I have told you food was scarce and the meat in existence was from buffalo. However at a certain stage, real beef appeared. It was a Success. The only problem was the true provenance of this beef…it was discovered that the meat came from the dead bodies of the Chinese who died in the streets. Not very agreable…
One day, American airplanes crossed the skies, and that became routine. Big bombers We thought that we had nothing to fear from American planes, because Portugal was neutral in the war. But the American discovered that Macau was about to trade some gas for rice, with the Japanese, and decided to bomb the place where they knew the gas was. And so they did. That afternoon, when all was over, I went to the site, that was navy (my father was the boss navy in Macau). But then aircraft carrier fighters planes returned and machine gunned and bombed again the area, where I was. I was 14 years old and I was really scared…
Afterwards the USA said that it had been a mistake and thatthey thought they were bombing Hong Kong!
Well, finally the war was over and we returned to Lisbon, by ship, in a 3 months voyage. Old days…
The family began living in Lisbon and in 1949 I joined the navy. About 1959 I became commander of mine sweeper. In one of these ships I went ot Berlenga Islands and passed between and close to two small inlets, an area that I knew perfectly well because I used to dive there for underwater hunting. My navigator was not in the bridge for some reason and when he appeared he almost had a heart attack!!!...
In 1962 I became Harbour M aster of Peniche, already married to Tia Carmo. From here I went to Bissau, Portuguese Guiné, for a tour of duty as Naval Adviser to the Commander-in-Chief, because war was going on there. Returning to Lisbon, at a certain point I was made Commander of a frigate, a NATO frigate, and when that was over, a member of the NATO Command established in Lisbon. In 1975 I was sent to Cabinda, Angola, for one year. Since the place is mainly a dense forest, I almost had a chance of seing gorillas, but unfortunately I never saw one. Once I was in a place where gorillas had been just an hour ago…but that was all.
To be able to be promoted to Rear Admiral, I was sent to the USA, to the Naval Command College in Newport, not very far from Tye, where your father lived. I already lived one year in the West Coast of the United States, because I had been a crew mwmber of a frigate that Portugal got from that country.
Promoted to Rear Admiral, I commanded the naval base in Lisbon and was 2nd Commander of the fleet.
As Vice-Admiral I was a fleet Commander and Commander-in-Chief of NATO IBERLANT area, and as Admiral (4 stars) I commanded the Portuguese Navy.
I must tell you that I had no problem changing addresses, and that I knew a lot of very different people meanwhile, of very different colour, and race, and some of them continue to be my friends up to now.
In 1952 I bought a 35 feet sailing boat, that I still own and sail with tia Carmo.. It is called “VADIO”. I also have smaller boats in Berlenga, for fishing and just for fun, that are used during the several weeks we spend there. So you may say that I am a real sailor…My mother´s family owned several codfish sailing ships. So I really belong to a nautical family!
Another story came to my mind. Once two mine-sweepers went from Lisbon to Toulon, France.The weather forecast was very bad for the waters east of Barcelona, Spain, and we were south of that city. I was commanding the 2nd ship. The senior commander asked my opinion by radio, about putting into harbor. Since the sea was calm and I was in a good mood, I replied that I did not see why should we put to Barcelona without really checking the weather to the east. So there we went, the weather became rough, night fell, very bad waves began punishing the ship. And again the senior commander asked what I thought we should do. I replied that, as far as I was concerned, I had ordered a bottle of hot water to be put in my bed and I was ready to go to sleep. But soon afterwards I surrended joking and we had a big problem turning the ships 180º… That officer never forgot this story.
After retiring I was charged by the Government to finish what I had begun as Chief of the Navy,that is to save the “D. Fernando II e Glória”, an old frigate from 1835 that was aground, almost lost and unrecoverable. There are only 4 of these ships in the world and “D. Fernando” is one of them. I did the job and was very happy with it, as the ship is a beauty, the last sailing warship in the Portuguese navy.
And this is it, up to now.
Love from
Tio Té
Paula Santos: "Parecia um filme"
(…)
Lembro-me um dia, quando cheguei à vossa casa no Lumiar, de o ver a descer a escada, vestido a rigor – ia para uma cerimónia oficial qualquer (suponho que um jantar) e eu, que nunca tinha visto um oficial naqueles trajes, fiquei perplexa a olhar para o tio Té, estarrecida com tanta guarnição (não sei se é assim que se diz, desculpem a inculta sobre estas matérias) e tanto brilho dourado. Parecia que estava a ver um filme…
Um grande beijinho da”Doutora das águas”
Paula Santos
sexta-feira, 23 de maio de 2008
Sofia: "só obedeço a ordens do meu marido"
Não vou contar essa Patrícia, sem a Almiranta autorizar primeiro.
Mas lembro-me de uma passeata no Tejo, numa altura em que os pica chouriços estavam especialmente interessados em chatear o Alm. Andrade e Silva (acho que seria CEMA na altura). Uma lancha põe-se ao lado do Vadio e, virando-se para quem ia ao leme (a Carmo) manda-a parar o barco (vê-se que não percebem muito do assunto porque nunca se pára um barco no meio do mar!). A mulher do leme, muito destemida diz “eu só recebo ordens do meu marido” (que entretanto tinha ido lá abaixo buscar os documentos do iate).
sofia
quinta-feira, 22 de maio de 2008
Patricia: Beldade à vista Comandante!
Eu não me atrevo, até porque a Tia Carmo ia zangar-se comigo e, também, não me lembro bem dos pormenores… mas… CONFESSO! Adorava ver aqui contada aquela história, quando a Tia Carmo resolveu descer aos Algarves ao encontro de seu Amantíssimo e os marujos andavam de binóculo vigiando a costa à procura de “belas moçoilas”… e mais não digo! Quem souber de que falo que conte o resto (Tia Carmo, Querida, não se zangue comigo!!!)
segunda-feira, 19 de maio de 2008
carta do Tiago Malato para o pai Almirante
Do Tiago Malato para o Tio Té, por via de sua família
Daqui, de Castelo de Vide, lhe envio um abraço. Se não for possível o passar a si, o entrego na mesma através dos seus. Gostava de lhe dizer pessoalmente, olhando no fundo dos seus olhos, o que direi desprovido aqui. Em jeito de história.
Em minha casa, em casa de meus pais, Andrade e Silva, ou simplesmente Té, sempre foi sinónimo de amizade forte e pura. Lembro que, na minha infância, o seu nome surgia como alguém muito próximo e ao mesmo tempo desconhecido e longe, porque fisicamente ausente. Conhecíamo-lo pelos sentidos do meu pai. Entre outros, como o Tio Braula, mas com uma intensidade particular como de resto é próprio de uma amizade distinta. Lição apreendida: é possível ser-se amigo, sempre, eternamente, mesmo que longe fisicamente, ou mesmo, ao limite, sem existência física. O meu pai falava de si como “o amigo”. Amizade descontraída, consumada em valores partilhados, de honra, justeza, determinação e firmeza na forma de estar. Parte do respeito que vos tenho deve-se precisamente à ideia de serem neste porte tão semelhantes, enquanto homens paradoxalmente simples e complexos.
Destes dois amigos que de longe acompanho como acréscimo, porque apenas filho de um sou, tenho a presciência de uma comunhão descontraída, invulgar na minha geração. Habituados que estamos a consumirmo-nos cada vez mais em imediatismos fúteis, tantas vezes adiando aquilo que nos transcende e que realmente confere sentido à vida e, por conseguinte, à eternidade. Gostaria de lhe dizer tio, que tomo de si o exemplo, tal como de meu pai, de homens singulares e justos. Para além do tempo. Que o vosso tempo, a vossa dimensão ainda não chegou. E para isso nos empenhamos nós, os filhos. Com o meu pai costumo pensar, que os meus olhos são a continuação dos seus. E de todos aqueles a quem emprestou a sua perspectiva tocando-os pela educação. Seus filhos. Desde que ele resolveu desencarnar, o sinto em mim mais presente, tranquilo e forte. Ou não sejamos nós, filhos, amigos, irmãos, a continuação e o futuro dos nossos. A verdadeira marca do tempo e da herança que queremos sempre honrar e dela ser veículo. Lição apreendida: Perpetuamo-nos uns nos outros pelo exemplo simples, pelas sensibilidades e perspectivas que nos passam os pais e que por nossa via transmitimos aos filhos. Esse é o verdadeiro sinal de amor e cruz na fé cristã. Multiplicamo-nos na comunhão. Na amizade desinteressada. No fio que nos faz humanidade. Na forma positiva como passamos pela vida.
Entendo hoje tão bem, sem ter ideia sequer da vossa cumplicidade amiga, como podem os senhores ser amigos. A vossa amizade sempre esteve para além do tangível. Ocupando com vida o espaço de quem se reconhece na bondade, na forma de dar desprendidamente, na aspereza aparente de quem não prescinde de ser justo. E recto.
Da vossa estirpe continuo a apreender. Alinhando tantas vezes o rumo da vida que tomo. Hoje, tudo passa aparentemente rápido. Todavia o prumo da vida mantém-se indiviso e estável. E são pais como os nossos que lhe asseguram verticalidade. Esperança, futuro, horizonte e intemporalidade. Saibamos nós filhos honrar essa linha fina, que atravessa o tempo, todos os tempos, cerzindo encontros, convicções e amizades.
Beijo fraterno do filho de seu amigo
Tiago Malato
P.S. Registo de si e da tia Carmo algumas lições de valor, elevação e educação. Algumas, guardo-as no meu íntimo pois que é esse o espaço que sempre habitaram. Outras contam-se em família com alguma frequência, como um jantar surreal de anos de meu pai, onde estiveram alguns dos seus verdadeiros amigos, o tio Té e a Tia Carmo, o tio Braula a e tia Geia. Um dia contarei a seus filhos. E riremos todos juntos.
domingo, 18 de maio de 2008
Patricia: "Setembro 2007 ainda..."
Fartos de tanta pescaria e mordidela nos dedos (a foto atesta a verdade desta frase!) decidimos rumar a outras bandas de encontro à maior calmaria que alguma vez caiu sobre tais paragens!
Mar espelho, os Farilhões já ali. À volta? Nada!
A voz alcançava o outro lado do mundo e quase se poderia dizer que o outro lado do mundo era já ali.
Motor abaixo, mergulho e… a felicidade é uma coisa tão simples.
Patrícia: "Setembro de 2007 - previlégios"
O ano passado tive o privilégio de ser convidada para passar uns dias com os Almirantes na Berlenga. Setembro, quase fim de época, dias fantásticos e eu com os Almirantes só para mim! Foram uns dias maravilhosos mas acho que a memória dos três se vai cruzar no mesmo fenómeno! O ataque do Peixe-Porco! Havia milhares e milhares de milhões de biliões de quatribiliões de peixes-porco a nadar nas águas da Berlenga.


Patrícia: "Leituras..."

Terá almoçado demais? Será a leitura assim tão interessante? Ou é mesmo porque sabe bem, mas mesmo muito bem, este bocadinho de rien-faire à tarde? Mas desenganem-se! Não foi o único a cair nas malhas do sono!!! A Constança, pelo ar, deve ter pensado “deixa-me cá virar de costas, não vá o Tio Té acordar e, vendo-me assim tão descansada, pedir-me que vá buscar um bidão de gasóleo à cozinha velha…”

Patrícia: "Por onde começar?"
Cada vez que me sento aqui a ler e reler estas histórias vêm-me à cabeça milhares de imagens hilariantes, pequenas histórias a que muitos de nós já tiveram o prazer de assistir e, tenho a certeza, guardam também outro milhar dentro de si.
Quem já não assistiu a uma daquelas cenas surreais em que o Almirante pelas 8 da manhã em plena Berlenga, pincel na mão, estrabuja que nem um possuído porque alguém se encostou a um canto refundido de uma qualquer parede inimaginável que o dito Senhor tinha acabado de pintar?! Tenha dó, são 8 da manhã! Deixe-me lá ir tomar o pequeno-almoço e já lhe dou atenção! Vá, cala-se, sente-se e beba o chazinho de limão que lhe preparei e as tostas bem tostadas que a Santa Senhora que o atura, sinceramente não sei como, acabou de tirar do forno! IRRA!!!
Ou quando saímos para um pacato passeio pelo rio e mal deitamos os nossos costados no convés do navio o homem espeta-nos com mil e uma tarefas inadiáveis, inimagináveis e infugíveis porque já vamos a meio rio! (camelo do homem é esperto, olha agora como é que eu me safo?!). Ora pinta aqui, ora pendura-te no mastro, ora tu que tens um belo corpinho ajuda aqui a carregar este saco de 10 toneladas de cabos velhos, manilhas ferrugentas e restos de silicone seca que nunca se sabe não precisaremos um dia! E põe e caça e carrega e esfrega e iça e arria… eu arriava-te era já uma paulada! Então não era só uma descidazinha Tejo abaixo? Eu até trouxe uns bolinhos e umas cerejas… Enfim…
Lembro-me aqui há 4 ou 5 anos (terá passado assim tanto tempo???), no Moinho! D. CarMãe Andrade e Silva, naqueles tempos mais conhecido por Senhora Mariazinha, coitada… tal não era a trabalheira, de joelhos no chão de pedra, esfregão verde e Sonasol, tentava fazer brilhar mais que o Sol um toldo de riscas (azuis?). Patricia eu própria e mesma, naqueles tempos mais conhecida por… seria Catripácia? Sob as ordens do malvado, depois de já ter varrido sete sacos de folhas, tentava cimentar uma coisa qualquer que no final deveria parecer-se com uma escada. Filha Sofia… deveria estar a ser torturada noutro lado qualquer, ah que não me lembro agora! Eh pah, qu’a coisa assim está muito calma! O que nós precisávamos mesmo agora era de abater uns Eucaliptos. Confesso que por milésimos de segundos, ainda pensei que, ou tinha ouvido mal ou o Senhor queria dizer outra coisa qualquer, coisas da idade, baralhou-se entre os pensamentos e as palavras. Mas ainda eu não tinha dado a última paulada no cimento do qualquer-coisa-parecida-com-um-degrau quando ouço gritar da casinha dos fundos “Oh Espanhola, ajuda-me aqui a levar a moto-serra ali para trás da cabana!”. Eu nem vou entrar em muitos pormenores mas penso que vi a nossa Senhora Mariazinha agarrada a um cabo, arrastada pelo eucalipto que não caiu na cabeça da Catripácia (eu, portanto) porque antes se enfaixou no eucalipto da frente que não era suposto cair! Isto, enquanto o Almirante desdizia as indicações que a filha Sofia, em aparente calma e serenidade, ia tentando dar para ver se ninguém morria! Uuuf!
Ainda hoje me pergunto porque é que eu, uma rapariga que dizem minimamente inteligente, continuo a aceitar passar “uns diazinhos calmos” com este homem!
Aaaaahhhhhhhh TEZINHO TU TIRAS-ME DO SÉRIO!!! É caso para dizer “’tás maluuuucaaaa oh quê?!”
Enviado por Trapicia, a Marinheira Espanhola J
sábado, 17 de maio de 2008
Bual: "A Pôpa do Vadio"
Uma das preocupações do Almirante duranta a sua estadia no Hospital era relativa ao Vadio que fora para a àgua depois de pintado. Receava que os cabos de pôpa não estivessem amarrados convenientemente. Assim, pediu-se ajuda aos compadres Bual.
Eis os SMS trocados no seguimento da questão:
Bual-> Almirantes:
"Solicito que informe SEXA que a grumete e seu auxiliar, já reforçaram na mexa a pôpa de VEXA. Aguardando ordens,
desejos e melhoras, bjs, Bual"
Almirantes ->Bual:
"Sexa agradexe a VExas a mexa com que tratasteis da rabexa"
Patricia: Al-mirante
Gerês 1900 e troca o passo. Século passado, portanto! Quem se Alrecordar de mais, diga!
Dicionário de Alrabe - dialecto de origem árabe, falado pela tribo Almirantado em terras altas, sobretudo na Serra de Xurês.
Alarvo – Derrube de árvores
Albânia – Ir a banhos
Albaran – Rã albina
Alcabideche – Perguntar se o elevador vai descer
Alcain – Ganir do cão
Alcalino – Que só diz calinadas
Alcapone – Gorro
Alcatrão – Trovão muito grande
Alcatroa – Troveja
Alcatroar – Trovejar
Alcatruz - Acto de bater à porta
Alcoentre – Supositório
Aldeia – Lembrança
Aleitar – Ir para a cama
Alemanha – Homem espertalhaço
Alface - Rosto
Alfaquique – Acto de pegar a mota
Alfarrabista – Traseira do Alfa Romeo
Alfarroba – Ladrão especializado em carros Alfa Romeo
Alferes – Acto de magoar alguém
Algália – França
Algema - Interjeição de dor
Algodão – Homem muito bom
Ali Alatas – Eco-ponto amarelo
Aljubarrota – Leão velho já com o pelo estragado
Almirante – Miradouro
Almoçageme – Rapariga com dores
Almoçar – Comer muitas gajas
Almoço – Rapaz novo
Alpacino – Actor de cinema
Alpedrinha – Lápide
Alpendre – Polícia com defeito na voz
Alpista – Aeroporto
Altamente – Pessoa muito inteligente
Alternativa – Funcionária das finanças muito terna
Alterno – Homem muito carinhoso
Altitude – Postura, forma de estar
Alto – Stop
Altruísta – Pessoa muito verdadeira
Álvaro – Homem avarento
Alzira – Rapariga bonita
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Luís Malato: "... ainda vais ter que me bater a pala."
"... ainda vais ter que me bater a pala
"
"Lá em casa safou-se tudo à tropa. Por incrível que pareça, de oito latagões (
que para o serviço militar as duas raparigas não contam
) fui o primeiro a prestar serviço. Tudo normal se não fosse o sexto rapaz. Bati com os costados na Polícia Militar. Servindo na Base da Nato
A modorra do serviço era intercalada pelos fins-de-semana, de folga. Nestes quando estava de feição, convidava-me o tio para sair no Vadio. Numa dessas voltas que ninguém nos tira, em amena cavaqueira, saiu-se o tio com uma vaga expressão a despique, num enquadramento que não me recordo, mas que era de risota " ... ainda vais ter que me bater a pala ". E eu a rir, que também sei ser malandro. Está-se mesmo a ver o segundo acto desta história
Um dia, no aniversário da base da Nato, estava eu de serviço, o digníssimo CEMA iria passar por lá. Estávamos na parada vendo respeitosamente passar sua excelência, acompanhada da sua querida de sempre, tia Carmo, quando, mesmo há minha frente, o carro do CEMA pára. Sai de lá o senhor Almirante. Direito a mim, estaca-se. Fixa-me nos olhos, com aquele ar maroto e sério. Estiquemos então. Teimosia ou dever Bateu-me o tio uma continência e eu, encostado tive que o cumprimentar, com a merecida que ele era o meu CEMA, e era a mim que me competia fazer-lhe continência. Na sua cabeça certamente também o gozo de me lembrar da " dita...ainda vais ter que me bater a pala " Ganhou, saboreando com requinte, inteligência e malandrice, o que realmente conta na estima que nos une, dos códigos pessoais, temperados com o respeito. De seguida fui até ao carro cumprimentar a tia Carmo. Segunda "barracada". Vem de lá agitado, o Comandante da base, sentido que algo lhe escapava. " Revolução"?, negligência? Atentado? Nada disso. E de tudo um pouco. " Há algum problema?...Diz-lhe o tio Té, alto e bom som, de cima de sua autoridade; " Este aqui é meu sobrinho. Trata-o bem."
Moral da história: passei a tomar cházinho como convidado do tenente."
Historia de Luís Malato colocada por Tiago seu mano
Rita Norton: "Vespas"
Quando a Sofia me perguntou se tme lembrava de alguma historia com o Sr Almirante, lembrei-me logo desta historia nao sei se o Tio Te se lembra.
Quero mandar um beijinho muito grande para o meu muito querio Tio Te, e tambem um beijinho muito grande para a minha muito querida Tia Carmo, e apesar de estar aqui tao longe tenho os dois juntinhos ao meu coracao e estou a acompanhar as noticias do Sr Almirante diariamente atravez do Blog," Almirante mata o bicho".
Da vossa sobrinha muito amiga que vos adora, Rita Norton
quinta-feira, 15 de maio de 2008
Jão: "Almirante Chinês"
Tota: "Frase típica do Almirante"
Claro que não foi a única coisa que aprendi com o Almirante querido mas esta frase uso-a muito e sempre que a uso lembro-me dele - e não são poucas.
Tota
Carlos Franco: "Acima de todas as tormentas"
Este é o Almirante que conhecemos. Navega acima das tormentas sem lhes dar muita confiança e não perde uma oportunidade. Será assim certamente nesta tormenta. Na primeira oportunidade vai deixá-la fora de alcance.
PS: Ouvi falar nuns novos anzóis especiais para as taínhas. Não sei que anzóis são, mas vou procurar e prometo levar alguns este verão para a Berlenga para o Almirante experimentar.
Abraço,
Carlos Franco
terça-feira, 13 de maio de 2008
Constança V.P: "Passeata no Tejo"
Aqui vai uma história com o tio té:
Não foi à tanto tempo como isso mas não tenho fotografias para ilustrar (será que o Almirante tem?? veja lá no computador...)
Foi uma passeata no Tejo, com pic-nic no Bugio. Iam muitos a bordo do Vadio, entre família e marinheiros, alguns de água mais doce do que outros. Estava um dia lindo mas já nessa altura se notavam algumas alterações nas areias do fundo. Quando foi preciso parar o motor, o Vadio encalhou! Encalhou nas areias e o almirante mandou toda a gente para a proa fazer peso. Os primeiros minutos escoavam-se muito lentamente e....nada! O vadio continuava encalhado, apanhando valentes sacudidelas da corrente que o faziam estremecer de maneira assustadora. Ninguém tinha medo de afundar, estavamos a centímetros do ......fundo do mar! Mas o Vadio não parecia livrar-se daquele chão traiçoeiro que o sacudia: nunca tinhamos visto o almirante tão triste!
- Isto dá cabo do iate.....lá conseguiu balbuciar.
Finalmente, depois de muita sacudidela e alguma tensão, o vadio livrou-se do fundo e pusemo-nos, então, rapidamente a salvo. Desta vez para mais longe da margem mas francamente mais seguros.
Para informação daqueles que não foram a este passeio, o Vadio aguentou-se que nem um valente e, que eu saiba (o almirante confirmará ou não!), sem mazelas aparentes.
O sorriso do almirante e a sua voz franca ao marinheiro de água sacarina, dizendo, "Não é essa corda, é esse CABO! Irra, que ainda não perceberam que a bordo de um navio não há CORDAS!" também se aguentaram.
Pois não, almirante, há muitas coisas que não aprendemos ainda!
Muitos beijinhos da sobrinha e sobrinhos Constança, filhos e marido.
Fernando Raposo Magalhães: "a minha primeira ida ao hospital"
domingo, 11 de maio de 2008
Carmo Abecassis: "Lua de Mel"
A primeira parte da nossa lua de mel foi passada na casa de cima na Queijada. Por razões militares, guerra no ultramar, etc. o Francisco estava impedido de sair do país, e como os tostões não abundavam por ali nos deixàmos ficar, com a Tia Mariana a aparecer às horas mais impróprias com bolinhos e outros mimos, convites para jantar com o Vigário no Baganheiro, e outros precalços hilariantes. Claro que houve também o lado bom, idas maravilhosas ao Cabedelo, comezainas na Encanada, e tudo o resto que uma lua de mel implica.
Esta fase foi imterrompida com uma descida até Lisboa para assistir ao casamento da Carmo e Té que me lembro com grande ternura e alegria de ter sido uma festa muito feliz e divertida.
Daí seguimos para o Algarve, Lagos para ser mais precisa, onde íamos passar a segunda parte da nossa lua de mel no Hotel da Meia Praia, nem sei se ainda existe!...E qual não é o nosso espanto e divertimento quando encontràmos os recém casados nas mesmas andanças e pelos mesmo sítios e com as mesmas intenções, de passar um óptimo tempo, de nos divertirmos e de namorar...
E daí seguirem-se várias actividades em comum, praiadas, passeios de barco, almoçaradas e até sestas...Um dia, estávamos a almoçar à grande e à francesa, lutando com magníficas sapateiras em Sagres, quando eu, desesperada e morta de desejo de me banquetear com as ditas, que se me opunham tenazmente na minha falta de prática de lidar com tal petisco, gritei: “Não consigo abrir estas pernas!... Resposta imediata do Almirante, que o não era naquele tempo, com um sorrizinho malandro : “Pois é, elas casam muito novas”...